A Bíblia nunca se contradiz! Se você achou uma contradição, é porque você não entendeu direito a passagem, ou falta-lhe algum conhecimento específico.
Não se trata de um suicídio intelectual. De forma alguma! Na verdade, trata-se de um exercício intelectual! Línguas originais, Teologia, Geografia, História, Arqueologia, Contextualização Cultural, Antropologia e até a Lógica, entre outras, nos ajudam a entender perfeitamente as premissas a seguir:
Deus não pode errar.
A Bíblia é a Palavra de Deus.
Portanto, a Bíblia está isenta de erros.
Norman Geisler, em seu livro Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia, da Editora Mundo Cristão, afirma:
A inspiração inclui não apenas tudo o que a Bíblia explicitamente ensina, mas inclui também tudo a que ela se refere. Isso é verdade quando a Bíblia se reporta à história, à ciência ou à matemática. Tudo o que a Bíblia declara é verdadeiro – podendo der tanto um ponto de maior como também de menor importância. A Bíblia é a Palavra de Deus, e Ele não se desvia da verdade em
nenhum momento. Todas as partes das Escrituras são verdadeiras, assim como o todo que elas formam.
A Bíblia está certa até quando afirma que morcego é uma ave (Levítico 11) e não usa o número pi no cálculo do diâmetro do Altar de Bronze no Templo (2 Crônicas 4).
Imagine, Moisés, que viveu em torno de 1500 aC, usando a palavra “mamífero” que foi inventada por Linné em 1758?
O número pi foi introduzido por Willian Jones em 1707, mas já era observado desde Arquimedes, em aproximadamente 250 aC. Como apareceria no texto bíblico escrito em torno de 950 aC?
Logo, a Bíblia acerta ao chamar morcego de ave, mesmo não sendo uma ave, mas sim, um mamífero! Ela também acerta o cálculo do Altar de Bronze mesmo sem usar o pi. É uma questão histórica e de contextualização cultural.
As “contradições” da Bíblia podem ser perfeitamente entendidas se tomarmos os seguintes cuidados (baseado em Geisler citado acima):
- Não podemos assumir que o que não foi explicado seja inexplicável.
- Não podemos presumir que a Bíblia é culpada, até prova em contrário.
- Não podemos confundir as nossas falíveis interpretações com a infalível revelação de Deus.
- Não podemos falhar na compreensão do contexto da passagem.
- Não podemos deixar de interpretar passagens difíceis à luz das que são claras.
- Não podemos basear um ensino numa passagem obscura.
- Não podemos esquecer de que a Bíblia é um livro humano, com características humanas.
- Não podemos assumir que um relato parcial seja um relato falso.
- Não podemos exigir que as citações do Antigo Testamento feitas no Novo Testamento sejam sempre exatas.
- Não podemos assumir que diferentes narrações sejam falsas.
- Não podemos presumir que a Bíblia aprova tudo o que ela registra.
- Não podemos esquecer que a Bíblia faz uso de uma linguagem comum, não-técnica.
- Não podemos considerar que números arredondados sejam errados.
- Não podemos deixar de observar que a Bíblia faz uso de diferentes recursos literários.
- Não podemos esquecer de que somente o texto original é isento de erros, e não qualquer cópia das Escrituras.
- Não podemos confundir afirmações gerais com universais.
- Não podemos esquecer de que uma revelação posterior sobrepõe-se a uma anterior.
Com certeza a Bíblia tem dificuldades. Há textos difíceis, mas, vamos estudar juntos?!